
Os pneus do carro influenciam diretamente o consumo de combustível, o comportamento dinâmico e o nível de ruído dentro da cabine. Desde 2015, todos os pneus vendidos no Brasil são acompanhados pela etiqueta do Inmetro, que informa sobre eficiência energética (resistência ao rolamento), segurança (frenagem no molhado) e ruído externo (poluição sonora).
Entretanto, descobrir a durabilidade do pneu antes da compra exige atenção a fatores além da etiqueta. Segundo Roberto Falkenstein, consultor de tecnologias inovativas da Pirelli, não existe um índice geral que indique quantos milhares de quilômetros um jogo de pneus poderá rodar em um carro específico.
Fatores que influenciam o desgaste dos pneus
A durabilidade dos pneus depende de diversas variáveis. Falkenstein destacou, no QR Cast, um caso real observado há alguns anos: motoristas e taxistas brasileiros que moram perto da fronteira com a Argentina notaram que os mesmos pneus duravam mais no país vizinho do que no Brasil. Como solução, eles passaram a comprar pneus na Argentina.
Isso demonstra que até a cidade onde o carro é utilizado pode afetar a vida útil dos pneus. A durabilidade resulta mais do “casamento” entre o pneu e o projeto do carro do que de um número isolado na etiqueta do Inmetro. Pneus com a mesma borracha, montados no mesmo modelo de veículo, apresentam resultados diferentes conforme o contexto de uso.
A influência local explica variações inesperadas. Por exemplo, condições de estrada, clima e hábitos de condução alteram o desgaste, mesmo com composições idênticas de borracha. Falkenstein enfatiza que essas variáveis tornam impossível um indicador universal de quilometragem para os pneus.
A recomendação técnica para máxima durabilidade e segurança
Para equilibrar durabilidade e segurança, a principal orientação do especialista é seguir a homologação da montadora. Os pneus originais, conhecidos como OEM (Original Equipment Manufacturer), são desenvolvidos em parceria com a fabricante do veículo.
Esses pneus passam por testes rigorosos de suspensão e dinâmica, adaptados especificamente àquele modelo de carro. “Dificilmente uma montadora vai aprovar um pneu inseguro ou que dure pouco, pois isso afeta a imagem do carro”, conclui Falkenstein.
Escolher pneus homologados garante o melhor desempenho em termos de longevidade sem comprometer a segurança. Essa abordagem técnica considera o conjunto completo do veículo, incluindo suspensão e dinâmica, otimizando a relação entre quilometragem percorrida e confiabilidade.
A etiqueta do Inmetro continua essencial para avaliar eficiência energética, frenagem no molhado e ruído, mas para pneu mais durável, o foco deve estar na compatibilidade com o carro. Motoristas que ignoram a homologação correm o risco de pneus que desgastam prematuramente ou oferecem menor aderência.
Em resumo, ao comprar pneus, priorize os recomendados pela montadora para resultados reais de durabilidade. Casos como o dos taxistas na fronteira reforçam que fatores locais importam, mas a base segura é sempre a aprovação original do veículo. Assim, você assegura não só mais quilômetros rodados, mas também performance consistente em consumo, ruído e segurança.
Fonte: Quatro Rodas – Abril