
A Mitsubishi Triton, nova geração da picape média da marca japonesa que abandonou a alcunha L200, começou a ser desvendada em 2023. Desde então, apontava-se para a criação de uma versão elétrica, de acordo com os planos dos japoneses. No entanto, essa estratégia sofreu uma mudança de rumo significativa.
A Mitsubishi não abandonou a ideia de eletrificar sua picape, mas redirecionou seus esforços. A ideia agora é ter uma versão híbrida, especialmente para cumprir normas de emissões cada vez mais rigorosas na Austrália. A informação foi confirmada por Kaoru Sawase, engenheiro da Mitsubishi, que explicou a mudança estratégica da empresa.
Prioridade na Tecnologia Híbrida
“Primeiro, temos que trabalhar no modelo híbrido, não no modelo híbrido plug-in”, disse Sawase-san por meio de um tradutor. “No passado, anunciamos planos para lançar um BEV, a Triton, um veículo elétrico a bateria. Mas agora que a direção mudou um pouco, estamos tentando lançar rapidamente veículos híbridos eletrificados”, concluiu o executivo.
A estratégia da empresa envolve desenvolver primeiro uma picape híbrida plena (HEV), como o Toyota Corolla Cross, e somente depois trabalhar no desenvolvimento de um sistema híbrido plug-in (PHEV). Essa abordagem permite que a Mitsubishi atenda às exigências regulatórias de forma mais rápida e eficiente.
Configuração Técnica e Vantagens do Sistema
No caso da Triton híbrida, espera-se que o motor elétrico seja posicionado entre o motor a combustão e a transmissão, permitindo manter o sistema mecânico de tração nas quatro rodas. Esse tipo de configuração é chamado de P2 e usada em veículos eletrificados com tração nas quatro rodas da Toyota e Jeep.
Sawase-san foi além e destacou uma vantagem significativa desse tipo de sistema em relação a veículos elétricos com tração nas quatro rodas. Segundo o engenheiro, os elétricos em off-road tendem a esquentar e acionar o sistema de proteção, evitando danos e prejudicando o desempenho. A configuração P2 híbrida oferece uma solução mais equilibrada para essas situações extremas.
Desenvolvimento Independente da Mitsubishi
Para o desenvolvimento da Triton híbrida, o executivo afirmou que a Mitsubishi deve trabalhar sozinha, sem ajuda da Nissan. Essa informação é relevante considerando que a Nissan utilizará a Triton como base para a nova Frontier. A decisão de desenvolver o sistema híbrido de forma independente reforça o comprometimento da Mitsubishi com a eletrificação de sua linha de picapes.
A mudança de direção da Mitsubishi reflete uma tendência global do mercado automotivo, onde os sistemas híbridos ganham espaço como solução intermediária entre os motores de combustão tradicionais e a eletrificação total. Para a picape média japonesa, essa abordagem oferece uma oportunidade de atender aos requisitos ambientais crescentes enquanto mantém a confiabilidade e praticidade que caracterizam o segmento de picapes.
Fonte: Quatro Rodas