
Produção de veículos desacelera no terceiro trimestre de 2025 e acende sinal amarelo para a indústria automotiva nacional. Segundo informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgadas em 8 de outubro, o período de julho a setembro foi marcado pela primeira baixa trimestral do ano, com recuo de 0,8% na produção em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A desaceleração foi impulsionada pelo segmento de caminhões, que registrou queda de 9,4%. No acumulado até setembro, foram produzidas 98.632 unidades nesse segmento, frente a 102.611 caminhões fabricados em igual período de 2024, totalizando uma retração de 3,8% no ano.
O balanço recente da Anfavea reforça as dificuldades enfrentadas pelo setor desde o início do terceiro trimestre. Enquanto os dois primeiros trimestres de 2025 trouxeram expansões expressivas – 10,5% e 10,3% respectivamente –, o saldo negativo ao final de setembro mostra uma inversão significativa de tendência conforme relatado pelo presidente da Anfavea, Igor Calvet: “Os dados retratam a dificuldade que o setor tem tido a partir do início do terceiro trimestre.”
Ainda assim, o resultado acumulado até setembro apresenta dados positivos: 1,98 milhão de veículos foram produzidos no período, ante 1,87 milhão do ano anterior, totalizando crescimento de 6%. Exportações permanecem como principal motor do setor, com embarques registrados em mais de 50% acima do volume de todo o ano passado.
Quanto às projeções, Calvet destacou que prefere não rever a expectativa de crescimento de 7,8% na produção para 2025. “A instabilidade já fato posto, com cenários diferentes a cada semana. Não seria proveitoso fazer novas estimativas”, afirmou. A manutenção desse objetivo exige um avanço significativo na produção do quarto trimestre, estimado em 12,9% de crescimento para cumprir a meta estabelecida.
A Anfavea também pontuou o impacto dos fatores econômicos, especialmente da taxa de juros básica mantida em 15%, e questões comerciais, como a discussão jurídica sobre o término do acordo de exportação com a Colômbia. Essas variáveis reforçam o cenário instável enfrentado pelas montadoras nacionais.
A desaceleração no ritmo de produção, comandada pelo segmento de caminhões, reflete os desafios que o setor automobilístico deve superar nos meses que restam de 2025. No entanto, o bom desempenho das exportações e o saldo positivo do acumulado anual sustentam algum otimismo entre os fabricantes.
Fonte: AutoIndústria