Miami

Tesla é condenada em US$ 243 milhões por acidente fatal com piloto automático

O julgamento tratou de um acidente ocorrido em 25 de abril de 2019, quando George McGee conduzia seu Model S a aproximadamente 100 km/h e atravessou um cruzamento, colidindo com um Chevrolet Tahoe.

Tesla é condenada em US$ 243 milhões por acidente fatal com piloto automático

A Tesla foi condenada a pagar US$ 243 milhões em indenizações por um acidente fatal envolvendo o sistema de piloto automático Autopilot. A decisão foi proferida por um júri federal de Miami na sexta-feira (1º de agosto), responsabilizando a montadora por um acidente ocorrido em 2019.

O Veredicto e as Indenizações

Os jurados concederam à herança de Naibel Benavides Leon e ao ex-namorado dela, Dillon Angulo, US$ 129 milhões em indenizações compensatórias e outros US$ 200 milhões em danos punitivos, conforme o documento do veredicto. Os autores da ação solicitavam US$ 345 milhões.

“A Tesla desenvolveu o Autopilot para uso exclusivo em rodovias de acesso controlado, mas optou por não limitar sua aplicação em outras vias, enquanto Elon Musk afirmava publicamente que o sistema dirigia melhor do que os humanos”, disse Brett Schreiber, advogado das vítimas, em comunicado.

Como Aconteceu o Acidente Fatal

O julgamento tratou de um acidente ocorrido em 25 de abril de 2019, quando George McGee conduzia seu Model S a aproximadamente 100 km/h e atravessou um cruzamento, colidindo com um Chevrolet Tahoe estacionado no acostamento, onde estavam as vítimas.

McGee teria se abaixado para pegar um celular que caiu no chão do veículo e, segundo relatos, não recebeu qualquer alerta antes de avançar um sinal de parada e um semáforo, colidindo com o SUV onde estavam as vítimas. Naibel Benavides Leon foi arremessada a cerca de 23 metros e morreu no local, enquanto Angulo teve ferimentos graves.

Posicionamento da Tesla e Especialistas

A Tesla afirmou que irá recorrer da decisão. “O veredicto de hoje é errado e apenas atrasa os avanços na segurança automotiva, além de colocar em risco os esforços da Tesla — e de toda a indústria — em desenvolver e implementar tecnologias que salvam vidas”, disse a empresa.

Em comunicado, a Tesla declarou que McGee foi o único responsável pelo acidente. “Para deixar claro, nenhum carro em 2019 — e nenhum atualmente — teria evitado esse acidente”, afirmou a empresa. “Nunca se tratou do Autopilot; foi uma narrativa criada pelos advogados das vítimas, culpando o veículo quando o motorista — desde o início — admitiu e assumiu a responsabilidade.”

Philip Koopman, professor de engenharia da Universidade Carnegie Mellon e especialista em tecnologia autônoma, comentou: “Temos um motorista que não agiu de forma ideal, e ainda assim o júri concluiu que a Tesla teve responsabilidade no acidente. A única maneira de o júri ter decidido contra a Tesla foi identificando uma falha no software do Autopilot. Isso é relevante.”

Precedente Legal Importante

Segundo os advogados, este foi o primeiro julgamento relacionado à morte de uma terceira pessoa por negligência atribuída ao Autopilot. “O veredicto de hoje representa justiça pela morte trágica de Naibel e pelas sequelas permanentes sofridas por Dillon”, acrescentou Schreiber.

A decisão estabelece um precedente importante para casos futuros envolvendo tecnologias de direção autônoma e a responsabilidade das montadoras quando sistemas de assistência falham ou são utilizados inadequadamente.

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