
Marco na indústria automotiva: GM e Hyundai se unem em parceria estratégica no Brasil.
Na última semana, General Motors (GM) e Hyundai anunciaram um acordo global de cooperação, contemplando o desenvolvimento conjunto de novos produtos voltados para diversos segmentos e regiões, com destaque para o mercado brasileiro. O anúncio formal confirma o início de uma colaboração estratégica entre as duas montadoras, abrangendo desde compactos a picapes, previstas para chegada ao Brasil e outros mercados latino-americanos até 2028.
Segmentos contemplados e transferência de plataformas
Segundo informações oficiais, o acordo prevê o codesenvolvimento de cinco modelos de veículos:
- Hatches compactos
- SUVs compactos
- Picapes compactas
- Picapes médias
- Vans elétricas – essa última destinada ao mercado norte-americano
No contexto brasileiro, o plano envolve projetos exclusivos, entre eles a possível transferência da nova geração do Creta para a Chevrolet, conforme apurado pela Reuters. Em contrapartida, a GM cederia sua plataforma de picapes elétricas à Hyundai. Além disso, está em pauta o desenvolvimento de um modelo compacto de dimensões semelhantes às do Chevrolet Onix e do Hyundai HB20, além de uma nova picape que ocuparia o segmento próximo ao da Chevrolet Montana.
Impacto, cronograma e expectativas de mercado
A expectativa é de que os novos veículos cheguem às concessionárias brasileiras por volta de 2028. Quando as vendas estiverem a pleno vapor, a projeção oficial indica a comercialização de até 800.000 unidades por ano.
O acordo oferece à Chevrolet uma solução para lacunas em sua linha de produtos, especialmente no segmento de SUVs compactos. Entre 2019 e 2023, a GM não investiu no desenvolvimento de veículos híbridos e concentrava esforços em modelos 100% elétricos. Essa escolha resultou em atraso no cronograma dos híbridos da marca, revertido posteriormente com o anúncio de um investimento de R$ 5,5 bilhões para o desenvolvimento de veículos eletrificados no Brasil. O avanço da Hyundai em opções híbridas e à hidrogênio também contribui como fator estratégico para a parceria.
Estratégias de diferenciação e sustentabilidade
Os veículos compartilhados poderão ser oferecidos pelas duas marcas, cada uma com configurações, acessórios e estilos próprios, voltados ao perfil dos respectivos públicos consumidores. Esta flexibilidade permitirá adaptação regional de design, tecnologia e oferta de equipamentos.
Além do desenvolvimento de veículos, as empresas anunciaram a intenção de firmar parcerias para compras conjuntas de materiais, transporte e logística na América Latina. Áreas adicionais de colaboração incluem matérias-primas, componentes e sistemas complexos. Destaca-se também o compromisso conjunto com práticas de manufatura sustentáveis, incluindo o uso de aço com baixa emissão de carbono.
Possíveis desdobramentos e aprovações regulatórias
O acordo de cooperação firmado em setembro de 2024 permanece aberto a novas oportunidades de desenvolvimento conjunto de veículos para diferentes mercados globais, assim como à possibilidade de colaborações em sistemas de propulsão: combustão interna, híbridos, elétricos a bateria e célula de combustível de hidrogênio.
Segundo nota oficial, a implementação dos projetos depende de aprovações regulatórias específicas em cada região envolvida, o que será observado ao longo dos próximos anos.
Fonte: Motor1 Brasil